quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma mente brilhante

- Mana! O que é isso?! – perguntava apavorada a minha irmã caçula, no auge de seus 2 anos, se referindo ao seu primeiro hematoma na perna.
Como boa irmã mais velha que sou, na época com 12 anos – e tirando uma visível vantagem dos meus 10 anos de experiência de vida a mais que ela – respondi:
- Nossa!! Eu não quero te assustar, mas tua perna vai apodrecer e cair!
Eu sei que contando assim parece crueldade, ainda mais se for levado em consideração que ao ouvir essa resposta terrorista ela se pôs a soluçar até cair em prantos com medo de perder sua perninha. Mas acreditem, além de ela já ter devolvido esse tipo de resposta na mesma moeda, hoje em dia ela tira uma vantagem extravagante no quesito respostas infames se comparado ao meu pobre repertório.
Mas como já diz o ditado, recordar é viver, e gosto de me lembrar dos bons tempos em que ela caia nos meus contos.
Como no dia em que ela reparou em duas cicatrizes que tenho nas duas pernas, exatamente do mesmo tamanho, da mesma forma, e na mesma posição e altura. Consegui estas atravessando uma cerca de arame farpado pra buscar a bola que tinha cruzado para o outro lado da cerca. Ao me perguntar como eu tinha feito aquilo, prontamente respondi que foi um índio muito perigoso que tinha me acertado com uma flechada enquanto eu andava na rua. A flecha foi tão certeira que atravessou as duas pernas e deixou a cicatriz dos dois lados.
- Nossa mana!
- Pois é. índios são muito perigosos, Nadine. – Ela tinha no máximo 3 anos quando inventei essa. E, ano passado, resolvi testar a sua memória e ver se ela ainda se lembrava do que o tal índio tinha feito comigo...
Nesta oportunidade, já com 12 anos, me perguntou o que eu tinha feito na perna que havia sido arranhada recentemente e ainda estava com as marcas – e pra ser bem sincera eu ainda nem tinha percebido.
- Então, Nadine, você se lembra daquele dia em que um índio me acertou com uma flechada que atravessou minhas duas pernas?
- Sei. – respondeu ela contendo o riso, provavelmente ao mesmo momento em que caia a ficha de que havia sido traída pela sua memória e que essa história não poderia ser verídica.
- Eu encontrei denovo esse índio, e ele continua perigoso. Só que desta vez, ele estava sem flechas. Quando me viu pegou um gato na rua, que foi a primeira coisa que apareceu na sua frente, e o arremeçou com seu arco contra as minhas pernas. E olha aqui o que o gato fez!
- Certo que tu tens problemas. – foi o que ela se limitou a dizer desta vez.
Ao parar pra pensar eu concordei com ela.

Um comentário:

  1. Tua irmã demorou pra perceber teus probleminhas...uhauhauhauha

    Bjos Noibeeeeeeeeeeee

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