segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A casa de praia de Deus

A Bola de Neve, apesar do nome, acreditem, é uma igreja. Mesmo sendo uma igreja evangélica tradicional tem atraído milhares de fiéis pelo seu estilo descontraído e a linguagem atual com que as pregações são ministradas. Quer dizer, talvez não seja considerado assim tão tradicional os louvores a Deus serem entoados em tons de raggae e rock, nem o altar ser uma prancha de surf e a decoração se resumir em quadros de surf e golfinhos, mas eu acho a idéia sensacional. A casa de Deus com decoração roots abriga todas as tribos: patricinhas, rockeiros, rastafáris, punks, alternativos, enfim, todos os que possuem o objetivo em comum de ficar mais perto de Deus, se tornarem pessoas melhores e fazer o bem.
Como em qualquer lugar com tanta mistura de tipos humanos, situações cômicas podem ser facilmente observadas. Sempre tem aquela pessoa meio sem noção, que não ta nem aí pra o que os outros pensam, e inevitavelmente atraem a nossa atenção.
Eis que em plena pregação de libertação de qualquer mal, qualquer doença, qualquer sentimento negativo que pudesse estar em nossas vidas, prestamos atenção em algo curioso. Enquanto o pastor fervorosa e monossilabicamente gritava “Sai!” pra todas essas coisas negativas, se ouvia um fiel, amigo nosso, gritar uma sílaba a mais depois do uníssono coro de “sai”. Quando a igreja silenciava ouvia-se apenas dele um “tra”.
Esse “tra” foi percebido umas três vezes, consecutivamente. Até que conseguimos discernir que, o que ele gritava, em contrario a toda a igreja, era “Entra!”. Ficamos ainda mais curiosos. Porque ele estaria gritando “entra”? O objetivo era que saísse todo o mal, toda doença, enfim. Então o pastor pediu que cada pessoa que acreditasse que sairia renovada dali colocasse a mão no local onde esperava cura ou melhora. Se fosse sentimental que colocasse a mão no coração, se fosse alguma dor que colocasse a mão sobre o local que estivesse doendo, que a cura viria.
Olhando pro nosso amigo, lá estava ele com a mão atolada na bunda! Aos poucos fomos ligando os pontos e entendendo: o problema dele, a doença a ser curada, era hemorróidas. Ele gritava “entra” porque se gritasse “sai” iria piorar mais ainda sua situação. O que ele realmente queria era que aquilo voltasse de onde veio!
Não sendo essa situação cômica o suficiente, mal sabíamos que o pior ainda estava por vir. Depois de mais alguns minutos de oração o pastor falou: “Agora vamos interceder pelo irmão ao nosso lado. Coloque a mão sobre o local onde nosso irmão pediu a cura, e ore por ele.”. Oração é coisa séria, mas preces a parte, todos irrompemos em gargalhadas enquanto o irmão ao lado do cara das hemorróidas nos olhava com uma cara de “putz!”. Aí está uma grande prova de amizade! Os dois eram amigos e, apesar da hesitação, o amigo colocou a mão na bunda do outro pra orar por ele, enquanto jogava mais uns “Entra!” dentre seus clamores.
Finda a oração o pastor garantiu que todos estariam curados. O menino das hemorróidas, incrédulo, se agachava e tossia para testar sua melhora, ao passo que comemorava, gritava que estava curado, e abraçava o amigo que orou por ele. Deus é pai!

2 comentários:

  1. Muito engraçada essa história amor!!! Só no Bola mesmo pra acontecer essas coisas mas Deus é bom demais!

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  2. OIAHEOIUAHEUHEIOUHEIUOA, muito engraçado mesmo. quem nao conhece o bola nao acredita qeu acontem essas loucuras, OIUEHAIUEHOIHEI
    nadine

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